AM: O futebol do interior passa por um momento delicado, com clubes tradicionais fechando as portas e em situações muito delicadas. Como você avalia a situação do União Barbarense?
BJ: Digamos
assim, hoje é um mal necessário, o clube não tem capacidade de tocar o futebol
sozinho, ele precisa de parceiros e buscar estes investidores é uma loteria, às
vezes dar certo outras não. O União após o acesso a primeira divisão em 1998,
passado alguns anos, estava perdendo o folego de manter-se sozinho nas
conduções de suas equipes e buscou uma famigerada parceria com uma empresa
estrangeira. Esta parceria praticamente quebrou o clube, quase o levou a
falência, se não fosse abnegados empresários da cidade, o clube já não
existiria mais.
Os
clubes que estão na primeira divisão, tem uma situação mais cômoda por conta
das cotas de televisão. Hoje a televisão é a grande mantenedora dos grandes
clubes que recebem uma fortuna e também dos clubes menores que conseguem com
esta verba montarem seus elencos e manterem os times para a temporada, mas no
interior é muito difícil, rendas estão cada vez menores e então se não há
parceiras e o dinheiro do investidor, automaticamente e paulatinamente os
clubes vão deixando de existir.
AM: A torcida brasileira está muito descrente com a
seleção após o fiasco da copa. Você acredita que a ferida que foi aberta com os
7 a 1 será cicatrizada logo ou continuará por muito tempo?
BJ: O
torcedor é muito passional, emocional, ao mesmo tempo em que ele vaia, um gol
muda tudo e ele começa a incentivar, apoiar, eu acho que faz parte do
sentimento do torcedor nas arquibancadas, ou na televisão. Acredito que esta
ferida só vai fechar quando o Brasil voltar a conquistar alguma coisa. Como a
derrota da copa de 50 no Maracanã, os 7 a 1 no Mineirão jamais será esquecido.
Se
o torcedor hoje está descrente, acredito que ele tenha motivos, falta muito
crédito a seleção, haja vista o comportamento do time até agora nessa fase
inicial das eliminatórias para a próxima Copa. Que o Brasil vai se classificar,
eu não tenho duvida, mas a minha grande dúvida é como o Brasil chegara a esta
competição. Particularmente, acredito que o Dunga tenha vida curta no comando
da seleção do brasil. Esses resultados não consistentes podem levar a uma troca
de comando quando estivermos perto da copa de 2018.
AM: Qual sua opinião sobre a não obrigatoriedade do
diploma para exercer a função de jornalista?
BJ: Deveria
sim ter a obrigatoriedade do diploma para exercer a função de jornalista. Por
exemplo, o engenheiro não pode ser engenheiro se não cursar a faculdade e obter
o diploma, mesma coisa é o médico, o dentista, o professor e assim por diante.
Por que não se exigir a obrigatoriedade de um jornalista, que tem um poder
muito grande em suas mãos. A imprensa é o quarto poder do mundo, portanto, não
se pode conceber que uma pessoa despreparada possa estar exercendo a função e
trabalhando com uma informação que pode mudar uma situação.
Estando
oficialmente apto a exercer aquela função, o jornalista está naturalmente
sujeito a uma politica de salários mais justa, em não sendo acaba ficando a mercê
dos donos de veículos de comunicação que talvez resida neles o interesse dá não
obrigatoriedade.
O
importante é que o jornalista passe por uma universidade na área de comunicação
social, confesso que aprendi muito e se não tivesse seguido a profissão de
jornalista, eu teria sido muito feliz por tudo aquilo que aprendi nos quatros
anos que passei nas cadeiras da universidade, foi um divisor de agias na minha
vida. A área da comunicação abre a cabeça do cidadão, faz você enxergar a
noticia do outro lado e isso é fundamental na vida de cada um.
AM: Qual o seu hobby quando não esta trabalhando?
BJ: Hoje
eu tenho até um relativo tempo livre, por que até eu chegar onde estou,
trabalhava de segunda a sexta ou domingo a domingo, porque o jornalista não tem
dia nem hora, quem trabalha nesta profissão são 24 por dia, 30 dias por mês e
365 dias por ano.
Hoje,
no meu tempo livre basicamente gosto muito de cozinhar, estudo bastante
gastronomia e como sou um perna de pau, busco no tênis uma forma de atividade
física, de relaxar e de saúde.
AM: Um conselho pra quem quer ser jornalista?
BJ: Leia
bastante, isso é fundamental, todo jornalista precisa estar ciente de tudo
aquilo que o cerca, está a sua volta. Se já no inicio da faculdade vislumbrar
qual área quer atuar, dedique se mais a ela, procure saber tudo a respeito. Se
for o esporte, saiba de todas as noticias e de todas as informações e aproveite
as oportunidades que a vida oferece.
"Esteja preparado para as oportunidades, por que elas aparecem e eu sou testemunha disso"